
Clio Operária
Desmistificação da idolatria à cultura dos Estados Unidos
Robson J. Almeida*
O Brasil é um país meramente novo frente àqueles do antigo continente, fomos colonizados por diversas etnias e consequentemente há uma diversificação na cultura. Porém, foram os colonizadores (elite da época) que ditaram os costumes e tradições a serem seguidos. Toda a influencia cultural de idiomas e costumes foram trazidos de fora, como por exemplo: o idioma falado pelos indígenas em terras brasileiras era o tupi, mas com a colonização e apropriação dos portugueses essa originalidade da linguagem foi definhando até o seu esquecimento.
Com passar do tempo, à sociedade brasileira foi construindo sua ‘própria’ identidade, claramente, sem a essência verdadeira, pois tudo que fora construído através dos anos, era sobre o olhar dos colonizadores que ditavam o que era pra ser seguido.

As maiores manifestações culturais foram trazidas pelos franceses ao Brasil no século XVIII. Idioma, musica, moda, os franceses ditavam a chamada Bèlle Époque tropical; esses costumes cosmopolitas duraram até o começo do século XIX.
“Mas a hegemonia da influência francesa não perdurou a partir da década de 50, os Estados Unidos da América passaram a dominar o mundo, com a vitória na Segunda Guerra Mundial e também com o prestígio e glamour do cinema hollywoodiano, tudo culminou para fortalecer o poder americano no mundo e claro, no Brasil”.

A cultura brasileira em sua essência é rica e diversificada, mas nada disso adiantou para a dominação cultural imposta pelos os EUA, com um controle absoluto em setores cruciais para impor sua cultura a sociedade brasileira. O imperialismo cultural norte americano é um processo cirúrgico que nos leva a seguir todos os seus costumes e tradições, nos deixando sem uma base cultural, apenas copiando o que eles (americanos) produzem, sendo assim, ficamos sem uma essência da nossa própria cultura.
“Esse fenômeno é parte de um processo mais amplo de dominação: o imperialismo cultural. O fim da primeira guerra mundial marcou o início da hegemonia econômica americana. O excedente de capital passou a ser exportado, na forma de empréstimos e produtos, que trazem em si uma nova concepção de sociedade: o consumo e o descarte”.
Essa soberania cultural é parte de um processo mental de colonização, onde o modelo a ser seguido é o norte americano. Temos diversos exemplos dessa implantação cultural presente em território brasileiro, está presente nas multinacionais, nas linguagens, nos costumes e tradições, introduzindo um estereotipo de uma identidade a ser seguido.

Essa idolatria por parte da sociedade brasileira aos EUA é consequência dessa implantação de anos no aspecto sociocultural. É difícil não consumirmos da indústria norte americana, além de ser uma potência no mercado econômico e audiovisual, predomina os meios de comunicação.
Por deter os maiores meios de entretenimento, somos conduzidos desde a infância a consumir e reproduzir hábitos que não pertencem a nossa cultural e realidade social, um exemplo dessa reprodução é a comemoração do halloween (31 de Outubro), tão divulgada e comercializada no Brasil. Diferente da celebração do folclore brasileiro (22 de agosto) que pouco é divulgado e celebrado. Somos direcionados a uma idolatria vazia e sem sentido. Devemos ser críticos a todo esse poderio que nos é imposto, valorizando também a nossa própria cultura, que tanto querem que a sociedade brasileira se esqueça, no intuito da imposição da cultura norte americana.
