
Clio Operária
A Pedagogia de Paulo Freire como forma de emancipação, libertação e conscientização
Rafael Torres*

Paulo Freire (1921–1997) é um autor, mas, de forma correta, um educador, de extrema importância, não política, que fique claro, suas obras não expressam caráter político, mas, o gera de acordo com a vivência do indivíduo submetido à sua pedagogia. Por sinal, um autor citado em diversos lugares do mundo, utilizado para expressar o que a verdadeira prática pedagógica democrática significa. A prática de alfabetização estabelecida por ele, gera, ao passo que uma leitura e escrita, a conscientização em massa de uma classe operária subjugada por um Estado elitista, logo, que não foi feito para o proletário. A dita conscientização das massas, começa através de uma auto-reflexão, essa auto-reflexão os leva a consciência de sua real situação, já que, o indivíduo só se torna senhor de si, ou, entende a História, quando se vê inserido na mesma, de forma que supere suas contradições.
É interessante a maneira do autor em abordar o papel do homem no mundo. Temos que reconhecer a participação corpórea, incorpórea, visível, não visível, e toda a relação subjetiva do homem no espaço que está. O homem, como nos diz Freire, não está no mundo, mas sim, está com o mundo, logo, precisa de despertar de um conceito levantado na obra, unidimensionalidade. Isso significa entender o ontem, o hoje e o amanhã como sendo parte de si, ou seja temporalizar-se. Esse processo de “emancipação de si e do mundo “ faz o homem ser inserido, não só nos campos que lhe estão sujeitos como ser humano, o biológico e cultural, mas sim, adentrando em domínios que lhe são pertencentes, como o da História.
A questão em relação à falha do homem moderno condizer seu pensar de acordo com a realidade, é o mal do sujeito moderno. Este sujeito moderno, rebaixado a ser subordinado de, por exemplo, propagandas ideológicas, ou não, como Freire nos diz, perde seu poder de decisão, já que, não estando inserido num processo histórico, ou seja, na realidade que está em constante transmutação e contradição, fecha seus olhos para a verdade, que não é subjetiva, logo, não pode ser interpretada de diversas formas. Por conseguinte, o modernismo traz consigo o sentimento de comodidade, além disso, impotência, onde não há o que fazer.
Freire cita a necessidade de “funções cada vez mais intelectuais, e cada vez menos instintivas e emocionais “. Esse debate entre o ontem, com seu aspecto para conservar-se, e um amanhã que traz consigo a percepção de uma mudança, que causa a dualidade humanitária.
